A curadoria musical nas aulas de balé é um aspecto muitas vezes subestimado, mas de suma importância para o desenvolvimento tanto técnico quanto artístico dos alunos. A escolha adequada das músicas, além de impactar diretamente o clima da aula, influencia também o desempenho físico dos bailarinos. As professoras de balé devem estar atentas a esse detalhe, independentemente do nível de seus alunos, pois uma playlist bem elaborada pode otimizar a execução dos exercícios e manter o dinamismo das aulas.
Para alunos mais avançados, a familiaridade com melodias populares transformadas em versões clássicas ou tocadas ao piano, como músicas pop ou rock, pode trazer um entusiasmo especial. O bailarino avançado aprecia essas nuances, uma vez que o envolvimento emocional com a música já conhecida eleva a motivação e favorece a interpretação artística. Portanto, a seleção de músicas que sejam tocantes e empolgantes pode ajudar a criar uma atmosfera mais estimulante.
Quando se trata de crianças, o cuidado na escolha da playlist é ainda mais essencial. Músicas alegres, com batidas agradáveis e adequadas à faixa etária, são fundamentais para manter o foco e o ritmo da aula. A desconcentração pode ocorrer facilmente se o tempo for perdido com ajustes de última hora nas músicas. Além disso, o andamento da música precisa ser adequado ao tempo de resposta das crianças, que, por serem mais lentas em comparação aos adultos, necessitam de uma cadência mais suave para conseguirem acompanhar os movimentos propostos e absorver as correções.
Outro ponto crucial é a organização prévia da playlist. O tempo é um recurso precioso, e qualquer interrupção desnecessária pode afetar o fluxo da aula. Em aulas para adultos, por exemplo, qualquer pausa prolongada pode levar os alunos a distraírem-se, desconectando-se do ambiente de aprendizado e voltando a seus problemas pessoais. Já em aulas infantis, esse tipo de desorganização compromete diretamente a concentração, o que pode ser desastroso, já que o tempo para “reconquistar” a atenção das crianças é geralmente maior.
Vale ressaltar que o andamento musical também varia de acordo com o tipo de exercício e o perfil dos bailarinos. Homens, que normalmente possuem maior balum e realizam saltos mais complexos, necessitam de um ritmo um pouco mais lento, permitindo-lhes explorar ao máximo a suspensão no ar e a precisão dos movimentos.
Portanto, a playlist desempenha um papel mais complexo do que pode parecer à primeira vista. Ela não é apenas uma trilha sonora de fundo, mas sim uma ferramenta essencial para criar uma aula contínua e crescente, onde a execução técnica e a interpretação artística andam lado a lado. Ao organizar uma playlist bem pensada, as professoras de balé conseguem transformar a dinâmica da aula, proporcionando um ambiente mais produtivo e agradável para todos os níveis de bailarinos.
Quando desenvolvi o curso “Você Bailarina Kids”, tanto para professoras quanto o “Você Bailarina Kids Mães e Filhas Dançando Memórias”, a construção de uma playlist exclusiva foi uma prioridade. Com 240 exercícios no total, seria inviável utilizar músicas pré-existentes, já que muitas vezes o andamento dessas músicas não corresponde ao tempo necessário para os movimentos das crianças. Por isso, o grande diferencial do curso está justamente no fato de cada música ter sido cuidadosamente adaptada para oferecer o ritmo perfeito, criando uma experiência fluida e equilibrada para os alunos.
Espero que, assim como no curso, suas aulas também possam ser enriquecidas por playlists que proporcionem uma atmosfera estimulante e agradável, garantindo o máximo de proveito técnico e artístico para os bailarinos.
Vamos Brilhar!✨
Rafa Martins.
