Em primeiro lugar, uma boa professora de balé precisa ter um compromisso constante com o estudo. Muitas professoras acabam replicando métodos de grandes escolas ou aquilo que aprenderam durante a sua formação, com professores mais experientes. Embora essas metodologias sejam, muitas vezes, excelentes, ser uma boa professora vai além de apenas replicar. É necessário compreender profundamente tudo o que está sendo ensinado.
O ballet é uma arte com uma estrutura meticulosamente pensada. Toda a construção da técnica de ballet, desde o primeiro até o oitavo ano — quando a bailarina se forma e segue para uma etapa pré-profissional — é fundamentada e segmentada de maneira precisa. Cada passo existe para preparar o corpo e a musculatura para o próximo movimento, permitindo que a bailarina execute as coreografias com segurança, capacidade física, artística e domínio.
Muitas professoras acabam caindo no erro de não estudarem o suficiente para entender o que suas alunas ou turmas precisam para avançar para o próximo nível. Nem todos os bailarinos e turmas são iguais. Nas grandes escolas de balé, muitas vezes as alunas já chegam com características físicas pré-determinadas, o que facilita o trabalho dos professores. No entanto, essa não é a realidade da maioria das escolas hoje. A boa professora precisa ser capaz de preparar fisicamente suas alunas para atingirem o nível desejado, o que exige muito mais trabalho e dedicação.
Com a minha experiência, aprendi que o professor deve sempre pesquisar e buscar conhecimento para saber quais exercícios complementares e físicos são necessários para cada aluno. Além disso, é fundamental entender quais passos de balé são determinantes para o progresso técnico, permitindo que o próximo passo seja alcançado com eficiência.
Outro ponto importante é a forma como a disciplina é ensinada hoje em dia. Felizmente, a abordagem tem mudado, e a saúde emocional dos alunos se tornou uma prioridade. Durante a minha carreira, percebi que tive muito melhores resultados quando as minhas dificuldades foram apresentadas de forma equilibrada, enquanto as minhas facilidades foram exaltadas e estimuladas. Isso criou em mim um ambiente propício para superar obstáculos. A disciplina, portanto, não deve ser imposta, mas sim promovida através de incentivo. Os alunos precisam sentir-se estimulados desde o início.
Uma boa professora entende toda a arquitetura do ballet, todo o estudo que existe por trás da técnica, bem como as diferentes metodologias. Mesmo que ela não seja especialista em uma metodologia específica, é essencial que conheça e compreenda as características de cada uma, para saber qual caminho seguir com seus alunos. É importante também evitar atalhos e ziguezagues, pois esses métodos podem comprometer a progressão adequada das alunas.
pós entender a estrutura do balé, é fundamental que a professora desenvolva sua própria estratégia e planejamento de trabalho. Foi com esse pensamento que criei o Você Bailarina Kids, um programa que traz todo o material pronto e arquitetado para a professora, além de ensinar a lógica por trás de cada movimento. Ele fornece à professora o conhecimento necessário para entender porque cada passo foi estruturado daquela maneira.
Quando há uma boa construção do ensino de base, especialmente no pré-balé, que muitas vezes é mais lúdico, torna-se muito mais fácil dar continuidade à formação técnica nos níveis mais avançados. As crianças estarão mais preparadas mentalmente e precisarão de menos ludicidade, pois já estarão mais conscientes do seu desenvolvimento corporal e técnico.
Baseada em todo esse pensamento e experiência, criei o Você Bailarina Kids, que é um material incrível e oferece todo o conhecimento necessário para se ser uma **boa professora de balé. Ele aborda desde a parte técnica até o planejamento criativo e didático, pois essa é, de fato, a parte mais difícil. Saber como é um bom plié é fácil; o desafio está em transferir esse conhecimento para o aluno de maneira eficaz, no momento certo, e de forma que ele compreenda como, quando e por que está executando determinado movimento.
spero que este texto sirva de inspiração para professoras que estão começando, assim como para aquelas que já estão na jornada há mais tempo, trazendo uma reflexão importante: o balé não deve ser ensinado no automático. À medida que o mundo evolui, as formas de ensino também devem evoluir. E a dança merece essa evolução. Afinal, ela vai muito além de apenas passos técnicos; é uma arte que transforma e enriquece a vida das pessoas.
Com carinho,
Rafaela Martins